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PÁSCOA: ovos, tradições e religião
O significado para as religiões >Seja a comemoração da Paixão de Cristo ou a libertação do povo hebreu, a Páscoa é uma data muito importante. Reportagem Especial: Josias Brito O nome páscoa surgiu a partir da palavra hebraica "pessach" (passagem), que para os hebreus significava o fim da escravidão e o início da libertação do povo judeu. Esta libertação foi marcada pela travessia do Mar Vermelho, que se abriu para "passagem" dos filhos de Israel que Moisés conduziria para a Terra Prometida. Para os cristãos, a Páscoa é a passagem de Jesus Cristo da morte para a vida: a Ressurreição. A passagem de Deus entre nós e a nossa passagem para Deus. É considerada a festa das festas, a solenidade das solenidades, e não se celebra dignamente senão na alegria. A Páscoa é uma data importante para as principais religiões do Ocidente. Católicos, evangélicos, espíritas e judeus unem-se para celebrar a vida, enquanto muçulmanos se juntam aos cristãos ortodoxos para a festa da primavera. Nesta reportagem especial feita pelo CP, você conhecerá o significado da Páscoa para cada religião. Padre Josenildo Tavares - coordenador da Pastoral da Arquidiocese O significado da Páscoa para os católicos ou, em termos mais amplos, para o Cristianismo vem da tradição judaica, do Antigo Testamento. Jesus Cristo dá um novo significado a essa Páscoa, não com sacrifício ou sangue; Jesus é o cordeiro de Deus, que dá a sua vida para que a humanidade nele tenha mais vida. Celebrar a Páscoa é celebrar a esperança de um mundo novo. É a festa mais importante dos cristãos, representando a vitória sobre a morte. A Semana Santa assinala a morte e a ressurreição de Jesus Cristo, o filho de Deus. A Quaresma, que começa na Quarta-Feira de Cinzas, abre a celebração com um período de preparação (penitência, jejum e oração). Os fiéis lembram durante 46 dias as provações e reflexões de Cristo durante a sua travessia de 40 dias no deserto., enquanto a quinta-feira Santa simboliza tanto a última ceia quanto a prisão de Jesus, a Paixão de Cristo é representada na sexta-feira Santa. A noite de sábado tem vigília pascal e o domingo comemora a ressurreição do filho de Deus. Pastor Geison Vasconcelos - Igreja Anglicana de Piedade A Páscoa constitui-se no ápice da fé cristã, sendo a festa mais relevante do Cristianismo. Para os evangélicos, a Páscoa representa o cumprimento da palavra de Deus e Jesus, sendo o próprio Deus, teria se sacrificado pela Humanidade. Como plano divino havia uma promessa da vitória da vida sobre a morte. Não difere muito dos católicos. Existe a crença na ressurreição do corpo e da alma. O coelho é visto como símbolo da fertilidade e da vida. De forma alguma, a Páscoa é tratada apenas como uma festa comercial. Estevão Coimbra - Lar de Silas O Espiritismo é uma doutrina cristã, ou seja, segue os fundamentos de Cristo, no entanto, não possuem rituais nem dogmas. A Semana Santa seria um momento de reflexão sobre a passagem de Jesus na Terra, no contexto do amor, do perdão, da resignação e da realidade sublime da vida eterna. Não festejam datas consagradas por outras religiões, porém respeitam as manifestações. O Espiritismo é isento de cultos, símbolos e rituais. Considera a vida de Jesus cheia de exemplos e que não há motivo para se fixar em sua morte. A Páscoa ou Passagem denota a libertação dos hebreus, escravizados no Egito durante séculos. Para o Espiritismo, não houve ressurreição do corpo de Cristo, por ser cientificamente impossível. Acredita-se que houve uma aparição do corpo espiritual, algo natural para a religião. Denys Sznejder - vice-presidente da Federação Israelita A Páscoa (do hebraico pessach, passagem) tem um sentido histórico e outro contemporâneo para os judeus. No primeiro significa a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito pelas mãos de Moisés, enquanto no segundo é a liberdade espiritual, de culto e de credo. Celebra a fuga dos judeus do Egito. Pessach, como é conhecida a Páscoa dos israelitas, significa a "passagem" do estado de escravatura ao estado de liberdade. A festa dura oito dias e começa com o Seder (ordem), um jantar religioso que recorda a última noite passada no Egito. Após a leitura das Sagradas Escrituras, o jantar é servido de ervas e raízes, que simbolizam a miséria em que viviam os judeus, e de Keará, um prato que inclui um osso queimado - referência ao cordeiro, última refeição dos hebreus antes de abandonarem o Egito. Durante os oitos dias (em Israel são sete dias), o alimento básico é Mata (pão ázimo, não fermentado e de forma achatada), que simboliza o sofrimento dos hebreus no Egito. Shake Madruk - Centro Islâmico do Recife Os muçulmanos não comemoram a Páscoa, já que a data é essencialmente cristã. No Egito, porém, um país cristão ortodoxo, os muçulmanos festejam junto com eles, no dia 4 de abril, a festa da primavera. O País todo pinta ovos cozidos e depois come como símbolo da vida. Para o islã, ninguém pode comemorar o Natal ou a Páscoa, e que nenhuma igreja, seja qual for sua denominação, pode ser construída ali (uma sinagoga, então, nem se fala)? Pascoa ? Ceia do Senhor Pastor Sadraque Muniz ? Presidente da Assembleia de Deus em Ji-Paraná ?Nós estamos nos aproximando de uma data bastante importante para toda a população que crer em Jesus. Os Cristão?. O que é a pascoa? - A pascoa tem um grande significado no cristianismo e faz parte do passado histórico, pois a religião veio do judaísmo. A pascoa aconteceu no Egito, quando Deus instituiu a celebração. A festa que quer dizer: ?Passagem e Livramento? etimologicamente, pois quando o povo de Israel era escravo no Egito, Faraó não queria deixar o povo sair. Então Deus mandou uma praga, onde iria morrer todos os primogênitos. Na época, cada família israelita mataram um cordeiro e com o sangue era passado no umbral das portas. Por meio do sangue, naquela noite foram poupada a vida dos primogênitos do povo de Israel, ao contrário do Egito, onde todos os primogênitos, tanto humanos como dos animais, morreram devido a praga. O povo de Israel celebrava a pascoal uma vez por ano, todo aquele dia e aquilo ficou a marca na vida deles. Isso é história. A mensagem da pascoa para os judeus era que um dia viria um, como um cordeiro em favor da humanidade e esse era Jesus. Quando João Batista viu Jesus, ele disse: ?Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo?. Pois esta escrito que Jesus Cristo é a nossa pascoa, foi sacrificado por nós. Hoje a pascoa, ela nos lembra o sacrifício de Cristo. A pascoa, no passado foi instituída pelo povo judeu que olhava para frente, para o futuro, que Jesus morreria na cruz derramando seu sangue. Esse esse é o significado da pascoa. Jesus Celebrou a pascoal, ele próprio celebrou e ele então encerrou, dentro da teologia e da história, Jesus celebrou a ultima pascoa, teologicamente e ele instituiu a ceia. Ele mudou. Ele era o cordeiro, dali para frente seria diferente. Ele instituiu o pão e o vinho com a ceia. Hoje não temos mais a pascoa, temos a ceia do Senhor. É uma tradição, uma comemoração nós lembramos mas, basicamente a pascoa é coisa do passado. Para os cristão é a ceia do Senhor. Páscoa: Ressurreição e Tradição Por: Padre Lúcio Batista de Paula ? Viário Geral ? Diocese de Ji-Paraná A Páscoa Cristã traz em si o ponto forte que fundamenta nossa fé. O terceiro dia foi esperado pelos discípulos como momento principal para fundamentar a crença nos ensinamentos de Cristo. A notícia da Ressurreição veio completar o que faltava para reacender o ânimo dos discípulos para o desempenho da missão de anunciar o Reino. A palavra Páscoa ganha um significado mais intenso. Antes, significava a ?passagem?, referindo-se, para o povo judeu, à passagem do anjo de Deus que vinha combater em favor do povo de Israel, bem como a passagem de uma realidade de escravidão para a liberdade, ou seja, a saída do povo de Deus do Egito para a busca da terra prometida. Com a Ressurreição de Jesus, a Páscoa se enriquece com esse novo significado: vida nova em Cristo. A Semana Santa, sucedendo o tempo da quaresma, intensifica o chamado à penitência, quando muitos oferecem a Deus um ?sacrifício?. A Igreja Católica celebra o Tríduo Pascal, cuja liturgia trás presente o desfecho do ato redentor realizado por Jesus. O Tríduo tem início na Quinta- Feira Santa, começando com a Ceia do Senhor, passado, na Sexta, pela celebração da Paixão e Morte de Cristo e encerramos com a Celebração da Vigília Pascal no Sábado, quando já é celebrada a noite da Ressurreição. O sentido religioso/penitencial da abstinência de carne dá lugar ao consumo de peixe, o que muito favorece o mercado. Talvez se possa dizer que ao invés de abstinência o que ocorre é somente a substituição, a creditando agradar a Deus ou simplesmente mantendo uma tradição. A religiosidade parece ser sufocada pelo consumo. Somando-se ao peixe, ganha espaço o chocolate ? pelo sabor e pela energia que dá vida e calorias. O Coelhinho, símbolo de fertilidade e de vida quase ocupa o lugar do ressuscitado. Ao comércio cabe o faturamento; à Igreja cabe alimentar a fé e fazer da Páscoa o Dia da Vida, o Dia da Ressurreição do Senhor. Chocolates Artesanais: A paixão pelo chocolate caseiro As inúmeras opções de chocolates na Páscoa nos fazem esquecer de trabalhos personalizados, criados com exclusividade para os familiares, amigos e amores. Em datas especiais, todos gostam de surpresas, sejam elaboradas por quem vai presentear ou por "artistas do chocolate". O importante é inovar, sem deixar de lado o gosto de cada um. Os chineses, ucranianos e povos do mediterrâneo mantêm a tradição milenar de pintar cuidadosamente ovos de galinha, patos e outras aves, sempre retratando alguma característica relevante dos presenteados. Com os ovos cozidos, as famílias se reúnem para criar desenhos e formas que, mais tarde, vão enfeitar árvores em seus jardins. Já em terras latinas, como no Brasil, os ovos artesanais seguiram a tradição francesa, de confeitar ovos de chocolate. Com o tempo, a industrialização desses quitutes tornou o processo menos criativo, sem a "cara" dos ovos da vovó. Mesmo com a facilidade de encontrar o ovo de Páscoa prontinho, na prateleira do supermercado, há ainda quem mantenha a tradição de fazer chocolates caseiros. Todos criados com entusiasmo e, cada um, com seus detalhes, mimos e afetos. Há vários anos trabalhando com chocolates finos, Graça Pires, proprietária da Chocolândia é considerada uma das escultoras dos chocolates em Ji-Paraná. Além de transformá-los em presentes delicados, a culinarista também inova nas formas, criando cestas, ovos recheados com polpas de frutas tropicais, 36 sabores de bombons. Aos olhos de qualquer mortal, a delicadeza das peças parecem isenta de qualquer dificuldade. No entanto, Graça Pires confessa que são necessárias horas e horas de muita concentração. "Após muitos trabalhos, tenho dores no corpo, mas o prazer de ver aquela peça pronta é muito gratificante", considera informando ainda que diariamente tem produzido mais de cem peças e que ao contrário do ano passado que foram produzidos dois mil ovos de chocolates, este ano . A culinarista Leninha Severo descobriu este talento há 13 anos, no momento em que optou por uma mudança profissional. "Era vendera autônoma e sentia uma carência de mão-de-obra especializada no setor da alimentação. Resolvi investir e aprender técnicas para trabalhar nesta área?, recorda. O ofício de vendedora não mudou, mas sua propriedade transformou-se em uma cozinha. Atualmente, a culinarista continua atuando na área de vendas e, na época da Páscoa, aproveita para soltar a imaginação com o chocolate. Assim como uma artista, Leninha cria suas imagens, mistura tintas (chocolates coloridos) e usa até pincéis, para personalizar seus ovos. O resultado é surpreendente. Pirulitos, bombons, trufas, coelhinhos... todos exclusivos. Para quem pretende entrar no ramo, a profissional dá alguns conselhos. "É importante focar na qualidade do chocolate, ter cuidados com a higiene e carinho ao fazer cada item", diz. O Significado e os Símbolos da Páscoa Os Ovos de Páscoa De todos os símbolos, o ovo de páscoa é o mais esperado pelas crianças. O ovo traz a idéia de começo de vida. Os povos antigos costumavam presentear os amigos com ovos, desejando-lhes o bem. Os chineses costumavam distribuir ovos coloridos entre amigos, na primavera, como referência à renovação da vida. Os cristãos foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando o nascimento para uma nova vida, a ressurreição de Jesus Cristo, que nos deu a Salvação e a Vida Eterna. A substituição dos ovos cozidos e pintados por ovos de chocolate, pode ser justificada pela proibição do consumo de carne animal, por alguns cristãos, no período da quaresma. Os ovos não eram uma guloseima, como se conhece hoje. Eram mais um presente decorativo, original, simbolizando a ressurreição como início de uma vida nova. Os Coelhos A tradição do coelho da páscoa foi trazida para as Américas pelos imigrantes alemães em meados do século XVIII. O coelho visitava as crianças e escondia os ovinhos para que elas procurassem. No antigo Egito o coelho simbolizava o nascimento, a vida. Em outros pontos da terra era símbolo da fertilidade, pelo grande número de filhotes que nasciam. Uma lenda conta que uma mulher pobre coloriu alguns ovos e os escondeu em um ninho para dar aos filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram o ninho, um grande coelho teria passado correndo. E daí veio a fama de o coelho entregar os ovos. O coelho simboliza a Igreja que, pelo poder de Cristo, é fértil em sua missão de propagar a palavra de Deus a todos os povos. O Cordeiro O cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa. É o símbolo da aliança feita entre Deus e o povo judeu na páscoa do Antigo Testamento. No Antigo Testamento, a Páscoa era celebrada com os pães sem fermento e com o sacrifício de um cordeiro. Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus, que foi sacrificado na cruz pelos nossos pecados, e cujo sangue nos redimiu: "morrendo, destruiu nossa morte, e ressuscitando, restituiu-nos a vida". É a nova Aliança de Deus realizada por Seu Filho, agora não só com um povo, mas com todos os povos. O pão e o vinho O pão e o vinho, sobretudo na antiguidade, foram a comida e bebida mais comum para muitos povos. Cristo ao instituir a Santa Ceia se serviu dos alimentos mais comuns para simbolizar sua presença constante entre e nas pessoas arrependidas, de fé e boa vontade. A instituição da Santa Ceia foi feita por Jesus na Última Ceia, quando ofereceu o pão e o vinho aos seus discípulos dizendo: "Tomai e comei, isto é o meu corpo... Isto é o meu sangue...". O pão e o vinho na Santa Ceia são mais que um símbolo. É a presença real e verdadeira de Cristo junto do seu povo, para perdão vida e salvação. A páscoa judaica lembra a passagem dos judeus pelo mar vermelho, em busca da liberdade. Hoje, comemoramos a páscoa lembrando a jornada de Jesus: vida, morte e ressurreição por nós, para também termos vida, vencermos a morte e vivermos eternamente com Ele no céu após sua segunda vinda. ...


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